O cenário da Amazônia passou por transformações ao longo dos anos que vão além da interferência humana. Diversas mudanças que datam milhares de anos estão sendo estudadas por pesquisadores brasileiros e estrangeiros, na tentativa de desvendar o passado de uma das maiores biodiversidades do planeta.
A iniciativa foi registrada em um documentário, lançado nesta quinta-feira (13) em São José dos Campos. Intitulado “Geobiama: uma expedição científica na Amanônia”, o filme é fruto de uma pesquisa desenvolvida pela geóloga e pesquisadora Dilce de Fátima Rosseti, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), em parceria com a Universidade de Turku, na Finlândia.
“Queremos fazer a integração de dados geológicos da região até os dias atuais, muito ligado na parte de vegetação, que é composta por florestas e campinaras. Estamos observando ambientes antigos, que existiam há seis mil anos e hoje não existem mais”, conta a geóloga.
Para a produção do documentário, foram reunidos pesquisadores do Inpe e especialistas em geologia, paleontologia e botânica do Brasil e exterior. Os especialistas atuam coletando amostras naturais da fauna da região, além de organizá-las em um banco de dados para análise.
Segundo Dilce, as principais mudanças na composição da fauna da região foram causadas por mudanças climáticas e alterações ambientais naturais. “O Rio Madeira tinha um curso diferente, correndo a 30 km de distância do lugar atual. O Rio Negro, Solimões, Rio Branco, todos mudaram muito de posição com o tempo”, afirma.
Documentário – O documentário tem direção do fotógrafo Fábio Rubinato e foi disponibilizado nesta sexta-feira (14) pela internet. Durante as gravações, além das descobertas do estudo, ele afirma ter se assustado com o nível de desmatamento da região.
“Tenho medo do que vi na Amazônia, na opinião de leigo mesmo. Apesar das interferências naturais, o desmatamento segue sem controle e é uma prática muito difícil de combater”, avalia.
A produção do filme é fruto de quase um ano de trabalho, acompanhando pesquisadores durante expedições na região e coletando entrevistas dos diferentes especialistas envolvidos com o tema. “Tentamos colocar uma linguagem mais acessível para o público, que tornasse o conteúdo mais atrativo para o público geral. O conteúdo é extremamente interessante e importante”, afirmou o diretor.
Fonte: G1