Um dos grandes problemas ambientais de Itu (SP) está mais perto de ser resolvido: o lixo radioativo que foi armazenado na cidade de 1975 a 1981, em uma área no bairro do Botuxim, na zona rural, começará a ser despachado para a China no começo do ano que vem.
O transporte de mais de 16 mil toneladas de resíduos, que foram vendidos a uma fábrica chinesa, deveria ter sido iniciado neste mês, mas atrasou por causa de problemas burocráticos – o governo do país asiático ainda não emitiu a licença de importação do material.
Uma audiência pública realizada na quinta-feira (7) discutiu o assunto. Um dos participantes foi o ex-prefeito Lázaro Piunti, que administrava a cidade à época. “Foi descoberto anos depois que o lixo vinha sendo colocado clandestinamente desde 1975. Foi uma agressão à autonomia do município”, disse o ex-prefeito.
O lixo é um resíduo de um minério chamado monazita, que era usado por uma empresa que ficava no bairro de Santo Amaro, na zona sul de São Paulo, para a fabricação de ligas metálicas e cerâmicas, entre outros itens. Em Itu, o material está armazenado dentro de silos de concretos armado, com paredes de 20 centímetros de espessura.
Ambientalistas dizem que há risco de contaminação de um manancial que fica próximo, o que foi negado pelo supervisor de proteções radiológicas das Indústrias Nucleares Brasileiras (INB), Valter José Mortágua. “São feitas análises trimestrais há mais de 20 anos e nunca aconteceu nenhum tipo de contaminação da água”, diz.
O material será levado de caminhão ao Porto de Santos e embarcado em navios até a China, num processo que deve durar cerca de um ano. “Será levado em tambores metálicos, como manda a norma internacional de transporte de material radioativo”, diz o superintendente da INB, José Carlos Castro.
(Fonte: G1)